Segundo informações levantadas pela reportagem do FOLHA DO SUL ON LINE, o homem estava caído no quintal da casa e vizinhos acionaram o Corpo de Bombeiros, que constatou o óbito.
Como a morte se deu por causas naturais, o corpo foi removido por uma funerária de plantão que está providenciando os trâmites para o velório.
Logo após o registro do caso, um leitor do site, ao identificar a vítima, destacou a importância do personagem na história de Vilhena: “o pesquisador aposentado da Embrapa, Wilson Veneziano, faleceu ontem em Vilhena. Veneziano fez um trabalho espetacular com a cultura do café, tendo trazido as primeiras progênies de robusta para teste em Rondônia. Certamente a pesquisa e o desenvolvimento da cafeicultura rondoniense tem muito do trabalho de Veneziano”.
Por e-mail, colegas de trabalho Veneziano, que era pai de três filhos, mas morava sozinho em Vilhena e tinha uma fazenda na região, enviaram ao FOLHA DO SUL ON LINE o histórico do pesquisador, além de seu vasto currículo acadêmico.
“Tinha 84 anos, mas era muito ativo e forte. A idade não lhe impunha nenhum limite”, contou ao site outro funcionário da Embrapa em Vilhena, que convivia com o pioneiro.
WILSON VENEZIANO
Trabalhou no Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia (Embrapa RO), de 1976 a 2009, atuando nas áreas de melhoramento genético e manejo cultural de café arábica (Coffea arabica L.) e C. canephora Pierre (variedade botânica Robusta e Conilon). No período de 1978 a 2008, liderou a equipe multidisciplinar da Embrapa Rondônia em vários projetos de pesquisa em rede na Amazônia brasileira, financiados pelo Consórcio Brasileiro de Pesquisa Café (Concafé). Aposentou-se pela Embrapa em fevereiro/2009.
Em 1978, foi um dos precursores da pesquisa com cafés (arábica e robusta) consorciados com seringueira no Território Federal de Rondônia. No início da década de 1980, em parceria com o Instituto Agronômico de Campinas – IAC, publicou o primeiro trabalho da Amazônia brasileira sobre controle químico da ferrugem (Hemilea vastatrix Berk & BR.) do cafeeiro (C. arabica, L.) e seus efeitos na produção, nas condições do estado de Rondônia. Nas décadas de 1990 e 2000, indicou oito cultivares de arabica (´Catuaí Vermelho`, ´Mundo Novo` e ´Catimor`), e, sistemas de manejo e de produção para a cafeicultura da Amazônia Ocidental.
Em 1989, novamente em parceria com o IAC, concluiu os estudos e lançou sete variedades seminais de ´Robusta` e ´Kouilou` (Conilon) para Rondônia. Provavelmente, embora intencionasse, quase sem saber, estava lançando as bases genéticas para o incremento da produtividade, qualidade dos grãos e, principalmente, “descobrindo o caminho” para a irreversível melhoria da qualidade da bebida dos cafés rondonienses que atualmente denominamos de
ROBUSTAS AMAZÔNICOS.
Concluiu seu trabalho na Embrapa Rondônia, deixando praticamente pronta a cultivar Conilon ‘BRS Ouro Preto’, lançada em 2012 para a cafeicultura da Amazônia Ocidental.
Link ao Lattes:http://lattes.cnpq.br/8127202987427371
Por: Folha do Sul
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