O ex-diretor da Petrobras e 1º delator da Lava Jato, Paulo Roberto Costa, morreu aos 68 anos no sábado, 13, no Rio de Janeiro. Segundo informações da família à Folha de São Paulo, ele sofria de câncer.
Paulo Roberto ficou nacionalmente conhecido durante a operação Lava-Jato, deflagrada em 2014, quando foi preso por envolvimento em esquemas de corrupção na Petrobras. A investigação chegou a ele após a apuração que mirava o doleiro Alberto Youssef.
Costa se tornou o pivô do escândalo na petroleira ao firmar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Ele revelou esquemas milionários de enriquecimento que beneficiavam políticos. Entre os delatados, estão o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, a ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney, entre outros.
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Paulo Roberto deu informações importantes que levaram à investigação de políticos poderosos como Romero Jucá e Renan Calheiros. Ele também assumiu ter recebido suborno de empreiteiras que faziam parte de um cartel na Petrobras.
Prisão
O ex-diretor foi preso em março de 2014 e solto em maio do mesmo ano, mas voltou a ser detido devido a informações enviadas da Suíça sobre contas usadas para receber propina. Em agosto, 3 meses depois, acabou aceitando colaborar com as autoridades, sob o compromisso de devolver dinheiro que estava no exterior.
O acordo previa que ele iria abrir mão de US$ 2,8 milhões em nome de familiares em um banco em Cayman e de outros US$ 23 milhões mantidos na Suíça, os quais reconheceu serem produto de atividade criminosa. Também estabelecia o pagamento de outros R$ 5 milhões de indenização cível e determinava a perda de bens, como lancha e um terreno.
Na mesma época, Alberto Youssef também firmou um novo compromisso de colaboração, o que catapultou as revelações sobre irregularidades em contratos da Petrobras.
Costa ficou mais de cinco meses detido no Paraná, período que chamou de “inferno”, e mais outro ano em prisão domiciliar no Rio. Em 2015, foi para o regime semiaberto, morando em Itaipava, distrito de Petrópolis (RJ).
O Ministério Público chegou a questionar os depoimentos dele e de parentes nesse caso especificamente e até pediu uma revisão dos benefícios por descumprimento do acordo.
Com base neles e nos relatos de Youssef, a Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo Tribunal Federal investigações de dezenas de congressistas. As acusações da dupla e as descobertas dos investigadores motivaram outros alvos da operação a também optar pela colaboração premiada.
A sequência de delações fez com que Polícia Federal e Ministério Público avançassem sobre indícios de irregularidades que abrangiam empresas das mais diferentes áreas e políticos de diversos espectros, além de tentáculos em outros órgãos, como Caixa Econômica e a usina nuclear de Angra.
O nome do ex-diretor da Petrobras aparece 46 vezes na sentença do então juiz Sergio Moro que condenou Lula à prisão em 2017. O ex-executivo inclusive foi ouvido como testemunha no processo, o mais importante da Lava Jato. Relato dele ajudou a embasar a tese da acusação de que a empreiteira OAS tinha uma espécie de conta-corrente com o PT da qual o ex-presidente da República teria se beneficiado.
Pulicado por: A TARDE
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