Quatro dias depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) fazer uma operação contra fake news, o presidente Jair Bolsonaro escreveu neste domingo (31) que a existência de um grupo de aliados que participam de uma rede de ataques nas redes sociais “é o maior dos fake news inventado pela imprensa”.
A atuação do suposto “gabinete do ódio” é investigada pelo inquérito do STF que apura ameaças, ofensas e a disseminação de fake news contra integrantes da Corte e seus familiares.
Ao determinar a operação de busca e apreensão, que mirou empresários e blogueiros bolsonaristas, o ministro Alexandre de Moraes definiu o “gabinete do ódio” como uma “associação criminosa”.
A suposta estrutura também entrou na mira do TCU (Tribunal de Contas da União). O subprocurador Lucas Furtado ingressou com uma representação para que a Corte de Contas analise se a ação do grupo de servidores é financiada por recursos públicos. Na representação, o procurador classificou o “gabinete do ódio” como uma PPP (Parceria Público-Privada), que funciona com o aporte de recursos públicos e de empresas.
“Até o momento a Folha, Globo, Estadão… não apontaram uma só fake news produzida pelo tal ‘gabinete’. Por outro lado, essa mesma mídia podre produz, diariamente, dezenas de fake news contra o Presidente”, escreveu Bolsonaro neste domingo.
Também neste domingo, o jornal “O Estado de S. Paulo” informou que as células mais avançadas desse grupo ideológico atuariam no Ceará, no Paraná, em Minas Gerais e em São Paulo. Numa espécie de franquia, cada núcleo regional conta com assessores lotados em gabinetes da Câmara dos Deputados e em Assembleias Legislativas para movimentar páginas de disseminação de fake news e linchamentos virtuais de adversários do governo.
TSE
O presidente também comentou as ações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que investigam a sua campanha eleitoral de 2018. A possibilidade de essas ações serem “turbinadas” com o inquérito das fake news do Supremo já acendeu o sinal de alerta do Palácio do Planalto. O PT pediu ao relator dos processos, ministro Og Fernandes, o compartilhamento das provas do Supremo com o TSE. Og vai ouvir Bolsonaro e o Ministério Público Eleitoral antes de decidir.
“Agora investem no julgamento do TSE sobre ‘disparos em massa’ de mensagens por ocasião da campanha. Falam em disparos mas não apontam uma só mensagens disparada contra quem quer que seja. Será que, se eu chamar essa imprensa e negociar com ela alguns bilhões de reais em propaganda, tudo isso se acaba?”, questionou.
Do R7
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